Sumário
Introdução à temporada
A primavera de 2025 chegou trazendo muitas promessas, mas foi “To Be Hero X” quem deu o primeiro golpe certo na mesa. A estreia da série surpreendeu não só pelos visuais ousados e uma direção artística afiada, mas por mergulhar o espectador em um universo que já começou de cabeça pra baixo. Literalmente. Nada de origem de herói com tragédia e redenção: aqui, o protagonista assume o lugar de um herói morto. E isso é só o começo.
A série estreou com o tipo de energia que pega o fã desprevenido. Não tenha tempo para respirar. Em poucos minutos, você já está envolvido por uma trama densa, com um ritmo que parece feito pra não deixar o espectador piscar. O que começou como um anime de ação com posição diferenciada, rapidamente se revela um quebra-cabeça psicológico com perguntas maiores do que aparentam.
Universo e premissa original
O mundo de “To Be Hero X” funciona com uma lógica própria: heróis crescem em poder com base na confiança que o público deposita neles, enquanto vilões evoluem com o medo que causam. Esse sistema, chamado de Trust Value e Fear Value, é mais do que apenas uma mecânica de batalha. Ele funciona como metáfora para a forma como lidamos com imagem, opinião e opinião pública.
É como se o anime dissesse: “Se ninguém acredita em você, você não é nada.” Mas e se todos acreditarem em uma mentira? Lin Ling, o protagonista, encarna bem esse dilema. Ele foi apenas um publicitário demitido, quando testemunhou a morte do herói Nice — o 10º no ranking. Forçado a assumir sua identidade para abafar o escândalo, Lin entra num jogo de aparências onde tudo é assustador. A confiança é frágil. O medo é contagioso.
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Enredo e personagens centrais
Lin não quer ser um herói. Mas ele precisa parecer um. E enquanto tenta sobreviver a esse papel imposto, é confrontado por enigmas cada vez mais profundos. Por que Nice se matou? O que ele sabia? E quem é o tal da Spotlight, organização terrorista que todos juraram extintos?
A narrativa ganha ainda mais camadas com a presença de Miss J, uma figura misteriosa que parece saber demais — inclusive o possível destino de Lin. Como se não bastasse, Moon, antiga parceira de Nice, é morta no final do episódio em uma virada brutal que redefine o tom da série. Fica claro: ninguém está seguro.
Estilo visual e narrativa visual
Se o roteiro já é seguro bem a tensão, o que dá o golpe final é uma animação. O estúdio BeDream apostou alto na combinação entre 2D e 3D, e venceu. Cada estilo tem um papel definido: os flashbacks são desenhados com traços mais orgânicos, quase nostálgicos. Já as lutas ganham uma fluidez absurda com o uso do 3D estilizado, que lembra jogos de ação com câmera dinâmica.
E não é só técnica. É estética com propósito. Um dos vilões aparece com visual preto e branco, como se tivesse saído de um filme antigo. Isso não só reforça o contraste entre gerações, como também brinca com uma ideia de passado não resolvida — o que pode se conectar ao mistério de Nice e do Spotlight.
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Reflexões contemporâneas e potencial da série
O primeiro episódio deixa claro que “To Be Hero X” não quer apenas entreter. Ele está disposto a fazer perguntas desconfortáveis: quem define o que é um herói? A imagem é importante mais do que a verdade? E o quanto estamos dispostos a acreditar em alguém só porque ele tem uma boa fachada?
Essa abordagem dialoga diretamente com o mundo em que vivemos — onde números de seguidores definem carreiras, e onde a confiança pode ser comprada, manipulada ou destruída com um único escândalo.
Conclusão
“To Be Hero X” começou com o pé na porta. O episódio 1 entrega uma trama tensa, visualmente rica e conceitualmente provocadora. Mistura ação com mistério, crítica com entretenimento. E faz tudo isso com estilo.
A série já está disponível na Crunchyroll com dublagem e legendas em português. Se continuar nesse ritmo, não vai ser apenas um dos melhores da temporada — vai se tornar uma referência.
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