Sumário
Um novo vídeo do canal IntoxiAnime reacendeu um debate antigo, mas ainda muito relevante: como a Netflix continua desperdiçando o potencial de grandes animes ao negligenciar sua divulgação e adotar modelos de lançamento ineficientes? No centro da discussão está Moonrise — uma produção original do estúdio Wit, com character design assinado pela criadora de Fullmetal Alchemist — que foi lançada com 18 episódios de uma vez só, sem qualquer destaque na plataforma, deixando fãs e produtores frustrados.
A crítica não vem apenas dos espectadores, mas também de dentro da indústria: o próprio estúdio teve que “implorar” por divulgação, expondo um cenário preocupante para o futuro das animações originais na Netflix. No vídeo, Marco (criador do canal) analisa não só o caso de Moonrise, mas também outros exemplos emblemáticos como Pluto e Cyberpunk: Edgerunners, comparando com os acertos recentes da plataforma em lançamentos semanais como Sakamoto Days e Dandadan.
Neste artigo, vamos aprofundar os pontos levantados no vídeo, trazer dados complementares e refletir sobre os impactos desse modelo para os fãs de anime e para a indústria como um todo.
A negligência da Netflix com Moonrise
Lançado com zero alarde e todos os 18 episódios de uma só vez, Moonrise foi rapidamente engolido pelo catálogo da Netflix. Produzido pelo Wit Studio, com roteiro original e um visual impressionante, o anime prometia ser uma das joias da plataforma. No entanto, a ausência de qualquer tipo de marketing fez com que a obra passasse despercebida por boa parte do público.
O canal IntoxiAnime destacou que nem mesmo os rankings internos da Netflix deram atenção à série. O próprio produtor da obra precisou pedir nas redes sociais por mais divulgação, escancarando a falta de comprometimento da empresa com a obra que financiou. A estratégia de lançar tudo de uma vez, sem destaque ou planejamento, foi classificada no vídeo como um “tiro no pé”.
O erro recorrente: casos como Pluto e Cyberpunk: Edgerunners
O vídeo também trouxe outros exemplos de animes afetados pela mesma prática. Em Pluto, adaptação do mangá de Naoki Urasawa, a Netflix seguiu o mesmo padrão: todos os episódios disponibilizados de uma vez, sem qualquer campanha significativa. O resultado? O título desapareceu da conversa pública em poucas semanas, apesar de sua alta qualidade.
Já Cyberpunk: Edgerunners, mesmo tendo conquistado sucesso, ficou restrito a uma bolha. Marco argumenta que se o anime tivesse sido lançado semanalmente, as redes sociais estariam repletas de discussões e teorias por meses — como ocorre com produções que seguem esse modelo. A perda de momentum é apontada como um dos grandes problemas do binge-watch no universo dos animes.
Quando a Netflix acerta: Sakamoto Days e Dandadan
Apesar das críticas, o vídeo reconhece que a Netflix já demonstrou saber trabalhar com animes quando obrigada. Produções como Sakamoto Days e Dandadan foram lançadas semanalmente, seguindo os cronogramas da TV japonesa. Essa abordagem permitiu que o hype fosse construído episódio a episódio, favorecendo tanto os produtores quanto os influenciadores que cobrem anime.
A diferença nesses casos? Contratos com emissoras e estúdios japoneses que impõem o calendário de exibição. Ou seja, a Netflix só acerta quando é obrigada. Isso levanta uma questão preocupante: será que a plataforma realmente se importa com a saúde do produto ou apenas com exclusividade temporária para barrar concorrentes como Crunchyroll e Prime Video?
O embate com a Crunchyroll Brasil e as críticas à dublagem
Em tom mais ácido, o vídeo critica também a atuação da Crunchyroll Brasil. Acusações de favoritismo ideológico, escolha duvidosa de dubladores e uma suposta postura militante do braço brasileiro da empresa foram colocadas em pauta. Embora polêmicas, essas falas refletem um sentimento crescente entre parte do público otaku que vê na empresa uma postura pouco profissional.
A crítica se estende também à estratégia de marketing da Crunchyroll, que parece favorecer determinados influenciadores. Tudo isso contribui para um cenário competitivo cada vez mais tenso, onde o público se vê dividido entre plataformas que parecem mais preocupadas com política e exclusividade do que com o conteúdo em si.
A fuga da High Dive e o destino dos animes “órfãos”
Outro ponto levantado no vídeo é a situação de animes que estavam presos ao streaming da HiDive, que deixou o Brasil e dificultou o acesso legal a várias obras. Agora, com o fim dos contratos de exclusividade, essas produções estão migrando para a Netflix e Prime Video, como Frieren, Bocchi the Rock! e The Eminence in Shadow.
Esse movimento é positivo, segundo o vídeo, pois amplia o acesso e tira das mãos de uma empresa que não oferecia um bom serviço. O próprio Marco torce para que a HiDive venda seu catálogo e desapareça, permitindo que grandes players assumam a distribuição de títulos de qualidade com mais visibilidade.
A aposta nos doramas: o outro lado da moeda
Enquanto falha com os animes, a Netflix acerta com doramas coreanos. Produções como Round 6 figuram entre os maiores sucessos da plataforma. O motivo? Público amplo, produção rápida e maior retorno. O vídeo sugere que o público feminino adulto responde melhor a esse tipo de conteúdo do que aos animes, tornando os doramas uma aposta mais segura comercialmente.
Essa disparidade de tratamento, no entanto, reforça a crítica central: a Netflix não sabe ou não quer investir no crescimento do público otaku, optando por tratar os animes como conteúdos descartáveis, salvo exceções raras.
Considerações finais: o futuro dos animes na Netflix
O vídeo do IntoxiAnime termina com um misto de frustração e esperança. A crítica à Netflix é clara, mas também há reconhecimento de que há espaço para melhorar. Com mais transparência, planejamento e envolvimento com a comunidade otaku, a plataforma poderia se tornar uma gigante no setor de animes.
Até lá, o público segue na torcida — e na cobrança — por uma abordagem mais respeitosa e estratégica. Porque, como ficou claro com Moonrise, nem mesmo o talento de um estúdio renomado e uma história original brilhante são suficientes quando a distribuição falha.
Você pode ver o vídeo completo aqui:
Veja também
- Detectives These Days Are Crazy!: Estreia em Julho e tem Novo Trailer Divulgado
- Kaiju No. 8: Jogo Abre Pré-Registro com Novo Trailer
- Diários de uma Apotecária: Episódio 41 “O Vilarejo das Raposas” Data de Lançamento
Gostou do conteúdo? Comente o que achou, compartilhe com os amigos e siga o Animes.com.br no Instagram e no Twitter/X para não perder nenhuma novidade sobre o mundo otaku!