Sumário
Introdução ao enredo
Mona Kawai é a definição de popularidade: bonita, extrovertida e acostumada com olhares apaixonados por onde passa. Desde pequena, é o centro das atenções, e nunca conheceu a sensação de ser ignorada — até conhecer Medaka Kuroiwa. Estudante calado, frio e aparentemente imune aos encantos de Mona, ele representa um desafio inédito. Movida pela vaidade e curiosidade, Mona se empenha em conquistá-lo, mesmo sem entender ao certo se está apaixonada ou apenas ferida no ego.
Parece uma comédia típica colegial, não é? Na verdade, é. E esse é justamente o problema.
A fórmula gasta dos clichês românticos
Não dá pra negar: o anime já começa a enfrentar um terreno minado. A combinação de garota popular + garoto indiferente não é nova. Animes como Toradora! ou Kaguya-sama: Love is War mostrou como é possível usar clichês a favor da trama com criatividade. Mas aqui, essa mesma fórmula é realizada sem novo fôlego.
O roteiro tem potencial para explorar o contraste entre a vaidade de Mona e a disciplina de Medaka, um jovem que está treinando para ser monge e precisa manter a mente “pura”. Isso por si só já seria um prato cheio para comédia inteligente ou até para momentos mais reflexivos. Porém, o anime opta pelo caminho mais fácil: piadas recicladas e interações previsíveis.
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Uma protagonista difícil de gostar
É raro encontrar uma protagonista tão centrada em si mesma como Mona. Sua jornada emocional gira menos em torno de um amadurecimento e mais em torno de como recuperar o controle das atenções. Isso poderia ser interessante se uma série realmente quisesse criticar ou desconstruir esse comportamento — mas não é o caso.
Ao invés disso, o personagem segue sem desenvolvimento real até quase o final da temporada. A única grande transformação que testemunhamos é quando ela finalmente aceita o que gosta de Medaka. E só. Para um anime que se propõe a girar em torno do relacionamento entre os dois, é frustrante ver tão pouca evolução.
Humor reciclado e personagens esquecíveis
A fórmula do episódio parece escrita por IA: Mona flerta, Medaka recua, há um momento constrangedor, Medaka foge, e Mona fica ainda mais determinada. Repito. Repito. E repita de novo.
A falta de profundidade também atinge o elenco secundário. Os colegas de classe são estereótipos ambulantes: o perseguidor exagerado, os novos apaixonados, os amigos que só servem para comentar sobre a “sorte” de Medaka. Nenhum deles acrescenta camadas à história, e todos desaparecem da memória assim que o episódio termina.
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Aspectos técnicos e recepção
Se há algum brilho na produção, ele vem do elenco de voz. A versão dublada se esforça para trazer carisma aos personagens, especialmente nos sotaques regionais — destaque para o contraste entre a “Mona da cidade” e a “Mona do interior”. A dubladora Megan Shipman entrega uma performance sólida, mesmo lidando com diálogos que pouco oferecem.
A trilha sonora, por outro lado, passa despercebida. Melodias suaves, quase como música de elevador, servem mais como ruído de fundo do que elemento narrativo. Visualmente, o anime é desbotado, com paletas pastéis e cenários sem impacto. Fica a sensação de que tudo acontece em um limbo branco e sem identidade.
Mesmo assim, “Medaka Kuroiwa é Imune aos Meus Encantos” conquistou o público o suficiente para garantir uma segunda temporada. Talvez pela leveza ou pelo humor despretensioso. Mas para quem já viu o que o gênero tem de melhor, é difícil não sentir que há muito mais coisa interessante por aí.
Conclusão
Se você nunca viu um anime de comédia romântica, talvez este funcione como uma porta de entrada leve e inofensiva. Mas se já passou por obras mais criativas e cativantes, “Medaka Kuroiwa é Imune aos Meus Encantos” pode soar como uma versão diluída de algo que já vimos — e esquecemos — dezenas de vezes.
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Fonte: Crunchyroll