Leviathan: anime da Studio Orange une guerra, fantasia e empatia em obra-prima visual

Leviathan: anime da Studio Orange une guerra, fantasia e empatia em obra-prima visual

Leviathan: uma obra que voa alto

Imagine um mundo em plena Primeira Guerra Mundial, onde baleias voadoras e tanques gigantes moldam o campo de batalha. Essa é a proposta ousada de Leviathan, anime da Studio Orange e Qubic Pictures, disponível na Netflix. Inspirado na trilogia literária de Scott Westerfeld, a série mistura ficção científica, história alternativa e aventura juvenil com maestria.

A história começa com o príncipe Aleksandar von Hohenberg fugindo dos Clankers após o assassinato de seus pais. Ao mesmo tempo, Deryn Sharp, uma jovem britânica disfarçada de garoto, sonha em voar a bordo do grandioso Leviathan, a criatura mais imponente entre os “fabricated beasts” dos Darwinistas. O destino une esses dois jovens em meio a um conflito que ameaça engolir o mundo.

Um épico de guerra com coração

Apesar do cenário fantástico, Leviathan não foge do peso emocional da guerra. Desde o início, a narrativa expõe perdas, traições e dilemas morais. A relação entre Alek e Deryn evolui de desconfiança para cumplicidade, e seus encontros no meio das ruínas de um mundo em conflito são tocantes.

A trama ganha força por remeter a clássicos como Mobile Suit Gundam e Turn A Gundam, especialmente ao mostrar como pessoas comuns — de lados opostos — encontram humanidade uns nos outros. A construção narrativa lembra também produções como World Masterpiece Theater, ao adaptar literatura ocidental com alma japonesa.

Técnica e trilha sonora impecáveis

Visualmente, Leviathan é um espetáculo. A Studio Orange, conhecida por BEASTARS e Trigun Stampede, entrega uma animação fluida com 3D bem integrado. As criaturas voadoras e cenários de guerra são de tirar o fôlego, e o ritmo dos episódios, divididos em arcos de quatro capítulos, favorece a imersão.

A trilha sonora composta por Nobuko Toda e Kazuma Jinnouchi, com participações marcantes de Joe Hisaishi, lembra obras do Studio Ghibli como Castle in the Sky. A música intensifica os momentos de tensão e emociona nos instantes mais íntimos entre os protagonistas.

Dublagem e representatividade

A versão dublada em inglês é outro ponto alto. Mesmo com alguns nomes pouco conhecidos, o elenco entrega performances emocionantes. Broghanne Jessamine, como Deryn Sharp, impressiona ao transitar entre força e vulnerabilidade. Michelle Lukes, como Dra. Barlow, traz carisma e inteligência à personagem.

Outro destaque é o tratamento natural dado à identidade de Deryn. Sua escolha de se passar por homem para ingressar no exército é respeitada pela narrativa, que explora temas de identidade e gênero sem estereótipos, em linha com outras obras progressistas da animação japonesa.

Leviathan no cenário atual

Leviathan é mais do que um anime de guerra. É um lembrete poderoso de que empatia pode florescer mesmo entre rivais. Em tempos de tensão global, a série se destaca por mostrar que as divisões entre povos são frequentemente alimentadas por aqueles no poder — e que a união nasce da compreensão mútua.

Com sua mistura de ação, fantasia, crítica social e emoção, Leviathan entra para o seleto grupo de animes que marcam época. Uma verdadeira joia animada que dialoga com o presente sem deixar de homenagear o passado.

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