Sumário
Adeus, Lazarus: um final sem direção
Chegamos ao último episódio de Lazarus com uma pergunta incômoda: como uma equipe com tanto talento entregou um resultado tão desastroso? A proposta parecia promissora: ficção científica estilizada, combate de alto nível e o selo criativo de Shinichiro Watanabe. No entanto, o anime passou por 13 episódios de inconsistências, simbolismos vazios e soluções narrativas preguiçosas.
Mesmo com boas sequências de luta e uma trilha sonora competente, o conjunto nunca alcançou coerência. O episódio final só reafirma a falta de direção da obra.
Soryu e o “Hundun”: simbolismo sem propósito
Boa parte do episódio gira em torno de Soryu, o assassino com transtorno dissociativo de identidade. O confronto com Axel, em cima de um prédio em colapso, tenta ser simbólico com referências ao conceito filosófico do “Hundun”. Mas no fim, tudo soa artificial: a moralização forçada, a sobrevivência inverossímil de Axel e o sentimentalismo cafona enfraquecem qualquer impacto.
A tentativa de profundidade se perde em cenas exageradas e expositivas, que mais confundem do que emocionam.
A “ressurreição” forçada: o twist genético de Hapna
Na tentativa final de justificar o título da obra, o roteiro introduz uma revelação absurda: todos os protagonistas haviam morrido e voltado à vida após um acidente em estação de trem, tornando-se geneticamente imunes ao vírus Hapna. É um “twist” que pretende ser grandioso, mas chega sem contexto nem impacto real na narrativa.
Doug resume o sentimento do público ao sussurrar: “A ressurreição de Lazarus…”. A tentativa de criar profundidade filosófica cai no risível.
Skinner e o desfecho anticlimático
No clímax do episódio, Skinner é encontrado sentado em um acampamento de sem-teto, e simplesmente entrega a cura de Hapna em um pedaço de papel antes de morrer. Nenhuma batalha, nenhum confronto moral. Apenas um fim banal para a suposta grande ameaça da série.
Logo após, a equipe Lazarus é perdoada, retorna ao governo, e a cura é distribuída globalmente sem resistência. Fica a sensação de que todo o conflito da série foi irrelevante.
Lazarus como caso de fracasso ambicioso
Lazarus é um exemplo claro de como ambição não garante qualidade. Comparado a obras como Cowboy Bebop ou Wolf’s Rain, o anime mostra como a falta de uma visão unificada e roteiro consistente pode afundar um projeto visualmente promissor.
Há paralelos com outros fracassos notórios como Darling in the Franxx, onde ideias interessantes foram mal exploradas. Talvez em pouco tempo, o mundo otaku finja que Lazarus nunca existiu.
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