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Sumário
Depilação em tempos imperiais? Nem tanto…
A série Diários de uma Apotecária traz, no episódio mais recente, Maomao demonstrando um método tradicional de depilação com barbante molhado. A cena em si chama atenção por um motivo curioso: ela remete à ideia moderna de que as mulheres “devem” remover seus pelos. Mas será que isso faz sentido no contexto histórico em que a obra se inspira?
Segundo a pesquisadora Rebecca Herzig, a origem da associação entre pelos corporais e “primitividade” pode ser rastreada até Charles Darwin, que defende que a presença de pelos remetia a traços ancestrais menos evoluídos. Essa visão influenciou diretamente os padrões estéticos ocidentais — e, por tabela, nossa atual obsessão com depilação. Mas Diários de uma Apotecária se passa num universo inspirado na China antiga, onde não há evidências consistentes de que depilar braços e pernas era algo comum entre mulheres. Logo, incluir esse detalhe na série pode ter sido um pequeno escorregão de realismo histórico.
Espionagem com massagem: os banhos como palco de estratégias
Apesar do possível anacronismo, a trama usa bem essa cena para movimentar o enredo. Shisui, com sua típica sagacidade camuflada sob um sorriso gentil, propõe que Xiaolan se infiltre entre as concubinas nos banhos públicos para conseguir um emprego. Na superfície, é apenas uma tentativa de networking. Mas, para quem conhece o funcionamento do palácio interno, fica claro: é também um jogo de espionagem.
Shisui, que já se mostrou tão habilidoso em capturar informações, agora revela ser igualmente talentoso em capturar informações. Os banhos são um dos poucos espaços onde as concubinas podem relaxar e conversar sem tanta vigilância — logo, são um ninho de fofocas e segredos. Ao inserir Xiaolan ali, uma série planta sementes de intriga que ainda florescerão.
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Lishu e o banheiro mal-assombrado: mais do que só uma história de fantasma
Nesse mesmo episódio, Maomao se depara com o consorte Lishu e sua dama de companhia usando os banhos públicos — uma escolha estranha, já que ela possui um pavilhão com banheiro privado. O motivo? Lishu afirma que há um fantasma assombrando o local.
Mas Diários de uma Apotecária não é do tipo que envolve o sobrenatural. Então, se há um “fantasma”, é mais plausível que seja uma farsa. Alguém pode evitar afastar Lishu de seus próprios aposentos por motivos suspeitos. Isso ganha ainda mais peso quando lembramos da posição vulnerável em que ela se encontra: é a consorte menos favorecida pelo imperador, jovem demais para compreender a política interna e envolvida com um segundo imperador, o que a torna uma peça instável no tabuleiro do harém.
Grávida ou golpe político? Os rumores sobre Loulan
Enquanto isso, outro barco começa a se espalhar: Loulan estaria grávida. Embora possível, parece estranho. O imperador tem um perfil seletivo, e Loulan não corresponde exatamente às suas preferências. Além disso, ele parece genuinamente envolvido com Gyokuyou, e demonstra algum grau de afeto por Lihua — mas não por Loulan.
Mais do que isso, há uma camada política aí. Loulan é filha de um homem poderoso, e aceitar uma gravidez seria ceder a pressões externas, algo que o imperador claramente evita. Ou seja, se essa gravidez for real, ela pode representar uma tentativa agressiva de elevar o status político de Loulan — o que levanta a pergunta: quem está realmente executando essas peças?
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Calmaria antes da tempestade?
Entre fofocas nos banhos e rumores suspeitos, o episódio sugere que algo maior está por vir. O “fantasma” de Lishu e os barcos sobre Loulan podem ter origens comuns — e, como toda boa intriga palaciana, talvez estejam conectados por interesses ocultos. Jinshi, figura chave na série, ainda não entrou no jogo neste episódio, mas seu retorno parece iminente. E com ele, as águas paradas do palácio devem começar a se agitar novamente.
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