Diários de uma Apotecária – Jinshi e Maomao episodio 36

Diários de uma Apotecária – Jinshi e Maomao episodio 36

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Uma Cena Surreal: Entre Sapinhos e Segredos

Diários de uma Apotecária – Imagine uma peça shakespeariana onde a frase “foram os testículos” é dita com a mesma intensidade dramática de um “ser ou não ser”. É exatamente isso que o suposto “rascunho perdido” de Romeu e Julieta, reimaginado como Jinshi e Maomao, propõe — e com bom humor.

Na cena retratada, Maomao e Jinshi protagonizam um momento embaraçoso que mistura confissão, negação e uma análise quase médica da anatomia do nobre. Maomao, mesmo com as evidências literais em mãos, insiste que o que tocou foi apenas um sapo — uma desculpa que desafia a lógica, mas que reflete seu desconforto com o que a verdade implicaria: sentimentos.

Enquanto isso, Jinshi não só confirma sua integridade física, como também expressa, em linguagem poética e exageradamente dramática, um desejo de ser aceito e compreendido por ela. Mas Maomao, como sempre, escapa da intimidade emocional como se fosse veneno.

Imagem: Youtube/reprodução

Sentimentos à Flor da Pele e Cabeças Coroadas

A tensão entre Maomao e Jinshi vai além da comédia física. O episódio nos lembra que, apesar do flerte velado que permeia toda a história, Maomao talvez não esteja apenas fugindo por timidez. Suas falas revelam alguém que racionaliza sua desconexão afetiva como uma extensão de traumas passados — a negligência emocional na infância é citada como uma possível raiz para sua indiferença.

Há também especulações sobre Maomao ser neurodivergente ou aromântica, o que traria uma camada ainda mais interessante à sua relutância em reconhecer ou retribuir os sentimentos de Jinshi. E, enquanto ela tenta racionalizar e ignorar tudo isso, Jinshi se vê forçado a encarar o quanto deseja sinceridade e conexão.

A Corte Não Dorme: Assassinatos, Herdeiros e Jogo Político

Paralelamente ao enredo pessoal, o drama político se intensifica. A revelação de que Jinshi é um parente direto do imperador — possivelmente o próprio príncipe herdeiro — coloca seu nome na lista de alvos. O clima de tensão cresce com uma tentativa de assassinato durante uma caçada imperial, sugerindo que alguém de dentro está disposto a arriscar tudo para mudar a linha sucessória.

Shishou, anfitrião do evento e figura envolta em suspeitas, parece ter seus próprios interesses. Seu apoio à possível ascensão de Loulan, com pretensões maternas sobre o futuro herdeiro, sugere uma rede de manipulação e ambição. Nesse cenário, Maomao não é apenas uma curandeira curiosa: ela é um peão crucial e, ironicamente, uma das poucas pessoas que Jinshi realmente confia.

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Bezoares, Não Beijos

Apesar de tudo isso — atentados, confissões, revelações de sangue real — Maomao permanece centrada em algo muito mais simples: conseguir seus preciosos bezoares de boi. Para ela, essa viagem valeu a pena por esse único detalhe, mesmo que o mundo ao seu redor esteja pegando fogo.

Essa escolha quase cômica de prioridades reforça a natureza prática e desinteressada da personagem, mas também marca, de forma sutil, o quão distante ela está emocionalmente de Jinshi, que, por outro lado, queria aproveitar a viagem para finalmente se abrir com ela.

Conclusão: Emoção em Camadas e Trama com Propósito

A “peça” apresentada — por mais satírica e fantasiosa que seja — joga luz sobre aspectos profundos de dois personagens centrais em uma trama que alterna entre o romântico, o político e o trágico. Jinshi tenta se mostrar vulnerável, enquanto Maomao constrói muralhas de lógica e distanciamento emocional.

Tudo isso ocorre sob a sombra de uma corte onde a vida vale pouco, e o poder, muito. E enquanto todos jogam xadrez político, Maomao só quer sua bolsinha de pedras digestivas. No fim, é ela quem vence — pelo menos por enquanto.

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