Call of the Night – Episódio 5: Amor, mágoas e vampiros em conflito

Entre amor e eternidade

Em Call of the Night (Yofukashi no Uta), cada episódio traz reflexões existenciais embrulhadas em romances incomuns e metáforas sombrias. O episódio 5 da segunda temporada mergulha fundo no coração de Kabura, revelando que até os vampiros sangram sentimentos complexos. Nesta trama de memórias turvas, o amor não correspondido e os laços familiares se entrelaçam em um capítulo melancólico e poderoso.

A série segue explorando como o tempo afeta até mesmo os imortais. Kabura, marcada por sua relação com Haru, questiona a autenticidade de suas lembranças. Mesmo com a objetividade de uma memória perfeita, as emoções permanecem plásticas, sujeitas a mudanças como qualquer ser humano. O episódio é um convite para refletirmos sobre como nos apegamos às emoções que um dia fizeram sentido, mas que o tempo pode distorcer.

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Kabura e Haru: Um amor não correspondido

O centro emocional do episódio está na história de Kabura com Haru, contada em três memórias cruciais: uma noite alegre bebendo juntas, a revelação de uma gravidez e momentos no hospital. A ausência de mais lembranças revela não apenas o passado fragmentado de Kabura, mas também sua posição emocional naquela relação. Haru não a via como parceira amorosa, mas sim como alguém a ser cuidada.

Apesar disso, Kabura encontra sentido no vínculo com Nazuna, fruto direto da união (ainda que indireta) entre as duas. Haru deu à luz, e Kabura criou. Nazuna é filha das duas. Mesmo com o sofrimento da rejeição, Kabura aceita o legado e se permite sentir alegria ao reconhecer em Nazuna a continuidade de algo precioso.

Vampirismo como metáfora emocional

Kabura representa o amor unilateral — uma paixão que fere em silêncio. Sua trajetória também é uma metáfora sobre como nos aprisionamos ao passado. O episódio mostra que os vampiros da série não estão acima das dores humanas: também sofrem, revivem e às vezes se perdem nas lembranças.

Quando Kabura limpa o hospital onde Haru esteve, ela não apenas remove rastros físicos, mas dá um passo simbólico rumo à libertação emocional. Sua história ecoa o dilema de muitos: será que estamos prontos para deixar ir aquilo que nunca nos pertenceu de verdade?

Nazuna, Ko e o futuro

Nazuna surge como contraponto geracional. Sem memórias dolorosas, ela pode criar novas conexões sem o peso de antigas feridas. Kabura deposita esperança nessa liberdade, desejando que a “filha” tenha uma vida mais leve do que a dela. Ko, por sua vez, enxerga em Kabura mais do que uma figura do passado: alguém em evolução.

O episódio sugere que há sempre espaço para novos começos, mesmo entre seres que já viveram séculos. Nazuna pode encontrar reciprocidade com Ko — e talvez isso seja tudo o que Kabura desejava para si.

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Anko e sua cruzada pessoal

A detetive Anko é mais um personagem moldado por traumas. Nazuna percebe que sua obsessão por vampiros vem de algo profundo e mal resolvido. Assim como os vampiros se alimentam de sangue, Anko parece se alimentar do ato de caçá-los — sua forma de lidar com o passado.

Essa inversão de papéis entre predador e presa revela que a série não cria monstros óbvios. Humanos também são movidos por feridas antigas, e às vezes se tornam mais perigosos que os próprios vampiros.

Quebrando tabus: Nazuna e a pureza feminina

Em um momento cômico, Nazuna rejeita a ideia de ser uma alma pura, rindo da fantasia juvenil de Ko. O episódio utiliza essa cena para criticar o velho tabu da “pureza feminina”, reforçando que personagens femininas não precisam se encaixar em padrões idealizados para serem interessantes ou dignas de afeto.

É mais um passo que Call of the Night dá para subverter expectativas e construir protagonistas femininas complexas e autênticas.

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